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OPINIÃO: briga política durante aniversário de Cruz das Almas é vexame histórico

Ridículo. Esdrúxulo. Vexatório. Imoral. Antiético. Humilhante.

Poderia usar uma centena de adjetivos para resumir a Sessão Solene em homenagem aos 126 anos de emancipação política de Cruz das Almas deste sábado, 29, na Câmara de Vereadores de Cruz das Almas, e não seria uma análise injusta, incongruente.

Pensando bem, apenas os adjetivos não qualificariam a balbúrdia -me perdoe o uso deste termo que foi usado de forma tão improdutiva nos últimos anos – que se transformou a sessão em homenagem à Rainha do Planalto.

De início, o encontro que reuniu autoridades políticas locais, de cidades circunvizinhas e do estado, bem como forças policiais, dentre outras, começou bem. A Câmara de Vereadores estava cheia e arrumada, após passar por reformas estruturais. Em seguida, houve toda a formalidade que Cruz das Almas merece: a orquestra Euterpe Cruzalmense nos presenteava com a musicalidade marcante contumaz do grupo, enquanto políticos e convidados da cerimônia entravam triunfantemente na Casa Legislativa.

Deve-se destacar também o protagonismo de duas pessoas com deficiência: o orador da sessão, Rafael Nascimento dos Santos, e o mestre de cerimônia Luciano da Silva Oliveira.

Contraponto

O momento inicial também deu indícios de que os ânimos exaltados fariam parte do evento. Dezenas de pessoas participaram da solenidade, segurando cartazes e reagindo com gritos e vaias a cada movimentação dos políticos presentes.

A insatisfação popular se dá porque 776 funcionários contratados temporariamente, de maneira irregular, pela Prefeitura de Cruz das Almas tiveram que ser demitidos. Todos de uma única vez. Devido Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) celebrado junto ao Ministério Público.

O autor deste texto entende e respeita as manifestações contrárias. Vivemos em uma democracia. No entanto, os atos políticos, os discursos inflamados, os bate-bocas, as vaias, as performances dramáticas, o fim antecipado abruptamente… transformaram a cerimônia solene em um grande circo de mau gosto. Formal. Sem graça. No qual as piadas éramos nós. Quanto desrespeito!

E viramos notícia no cenário baiano. Jornais de todos os cantos replicaram em texto, fotos e vídeos a nossa cerimônia vexatória.

O plenário recém-inaugurado, batizado pelo nome do poeta Luciano Passos, -que nos presenteou com inúmeras frases de amor a Cruz das Almas- foi escandalizado. O discurso político vazio, que parece visar às próximas eleições, sobrepôs a real intenção das nossas presenças naquela Casa: celebrar os 126 anos de emancipação política da belíssima Cruz das Almas.

O lugar de coadjuvante não te pertence, Cruz das Almas!

Por Leonardo Gonçalves

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