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Luto passa a ser problema quando prejudica a rotina, se estende demais ou impacta negativamente a saúde mental

No ano de 2022, a fase de luto prolongada passou a ser considerada um transtorno mental, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a partir da Classificação Internacional de Doenças (CID), e pela Associação Americana de Psiquiatria (APA), em seu manual de diagnóstico de transtornos mentais.

 

O processo de luto, em si, é normal a partir do momento em que se cria um vínculo afetivo, com outra pessoa ou animal, e a perda passa a ser motivo de sofrimento. Todas as fases do luto devem ser vivenciadas em sua plenitude e respeitadas. No entanto, quando o período em que alguém sente essa dor passa a ser maior do que o esperado e os sintomas passam a ser engatilhados pela perda, de forma específica, é caracterizado o transtorno, agora com classificação oficial.

 

Dentre os sintomas que podem ser apresentados, todos possuem correlação com a ansiedade e a depressão, sendo diferentes a depender da idade de quem está sofrendo. Em crianças e adolescentes, as reações mais frequentes estão ligadas à sensação de abandono e rejeição, apresentando comportamentos mais isolados e retraídos, além de dificuldade de concentração, de socialização e de sofrimento agudo.

 

No caso dos adultos, os sintomas estão ligados à dificuldade de concentração e produção, ao sentimento de incapacidade e à desvalorização da vida. Nessa fase da vida, é comum apresentar a falta de desejo de viver, com sintomas como a falta de libido, de vontade de namorar e de ter vida pessoal.

 

Por ser algo que ocorre em qualquer momento da vida de uma pessoa, o ideal é que, ao perceber que o luto está causando mais problemas do que deveria, quem está sofrendo busque eliminar o problema o quanto antes, para evitar que as complicações se estendam de forma indeterminada.

 

Para isso, o normal a ser indicado é a busca pela ajuda psicológica, com as terapias convencionais. Entretanto, elas podem apresentar um obstáculo que atrapalha a solução do próprio transtorno, pelo costume de levarem um tempo demasiado até chegar na fonte do problema, além de, muitas vezes, não resolverem os gatilhos na sua totalidade.

 

Nesse momento, segundo o psicólogo Jair Soares, criador da Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG) e presidente do Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT): “O paciente tende a perder a fé nos tratamentos tradicionais e pode passar a ver a área da saúde mental com desconfiança. Porém, existem formas de burlar esse sentimento de descrença, sendo, uma delas, a busca por ferramentas que realmente façam o que se predispõe à pessoa. Neste sentido, destacamos a TRG”.

 

Essa nova modalidade de tratamento possui protocolos especializados em buscar a fonte dos problemas da pessoa, analisando sua história de vida desde o princípio. Mesmo que o transtorno do luto prolongado esteja diretamente ligado à perda, a TRG se compromete a entender os motivos que fizeram desse momento uma fase tão demorada de sentimentos ruins e dificuldades extremas.

 

Como estuda todos os passos de uma pessoa, a TRG tem como ideal a luta contra as crenças limitantes que podem ter levado alguém a se prender tanto a um sentimento ruim, porém natural.

 

“Infelizmente, todo mundo está sujeito a se aproximar de algo ou alguém, criar um vínculo muito forte e vê-lo sendo quebrado de forma repentina. Esse baque que é causado pela perda é comum, mas ninguém é ensinado a se preparar. Agora, quando o luto começa a atrapalhar a continuidade da vida de uma pessoa, esse ciclo natural que faz com a gente siga a vida passa a apresentar um problema muito sério e que necessita de máxima atenção e urgência. A TRG é focada em entender o que fez com que esse ciclo tenha sido rompido e fazer com que ele volte ao normal, sem a menor possibilidade de recaída, como acontece nos tratamentos tradicionais”, aponta Jair Soares.

 

Portanto, quando a falta de alguém começa a surtir um efeito muito pior do que deveria, a primeira atitude a ser tomada deve ser a busca por um profissional de qualidade e que inspire a confiança devida, para cuidar de um ponto tão sensível da vida.

 

Como explica Jair, “O paciente precisa saber que será reprocessado e poderá contar com o terapeuta, tendo a certeza que o objetivo em comum dos dois é a resolução completa do luto”.

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