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Ceramista mais antiga do Brasil, Dona Cadu morre aos 104 anos em Maragojipe

Ricardina era rezadeira e sambadeira e doutora honoris causa pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.

Dona Cadu, a mais antiga ceramista em atividade no Brasil, morreu na madrugada desta terça-feira, 21, aos 104 anos. A informação foi divulgada pela família.

“Dona Cadu era uma mulher amável, com coração gigante, bondosa, alegre e amável. Sua presença sempre alegrava o ambiente e ela deixará saudades eternas em todos que a conheceram”, diz o comunicado.

Ricardina Pereira da Silva, seu nome de batismo, era rezadeira, sambadeira e dona do Samba de Roda Filhos de Dona Cadu, que tem como vocalista seu filho Balbino.

Instituições e personalidades lamentam

Em nota, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia lamentou o falecimento e lembrou que Dona Cadu foi reconhecida doutora honoris causa pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.

“Em sua última aparição pública, durante a 22ª Semana de Museus, a mestra ceramista foi homenageada pelo IPAC, através do Museu de Arte da Bahia (MAB) e Museu Udo Knoff”.

A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) decretou luto oficial de três dias.

“A sua trajetória é definida por um reconhecimento de singularidade por suas atividades de ceramista, de sambadeira e de rezadeira, sendo uma grande referência da cultura do recôncavo da Bahia de ancestralidade africana e indígena”.

A Cordenação de Fomento ao Artesanato da Bahia citou que Dona Cadu era muito respeitada no cenário do artesanato. “Permanece a memória o seu legado como mestra artesã da cerâmica, como sambadeira e toda a sua contribuição para a comunidade de Coqueiros e a cultura baiana.

Fernando Guerreiro, presidente da Fundação Gregório de Mattos, afirmou que Dona Cadu era um patrimônio vivo da nossa cultura.

“Nos ensinou a enxergar beleza na simplicidade. Não tenho dúvidas que nossa Doutora Honoris Causa foi recebida com samba de roda na eternidade”.

Dona Cadu nasceu no dia 14 de abril de 1920, no município de São Félix, na Fazenda Pilar, no Recôncavo Baiano e morava no distrito de Coqueiros, no município de Maragogipe. Ela era reconhecida por sua singularidade, simplicidade e criatividade.

Por A Tarde

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